Ucrânia reformula recrutamento para atrair soldados mais jovens e reforçar suas tropas

  • 02/02/2025
(Foto: Reprodução)
O objetivo do plano é atrair principalmente jovens entre 18 e 25 anos. O presidente ucraniano vem se opondo à ideia, dizendo que afetaria radicalmente as perspectivas futuras do país já atingido pela guerra. Pavlo Palisa, comandante de batalha da Ucrânia AP Photo/Efrem Lukatsky A Ucrânia está nos estágios finais de elaboração de uma reformulação do processo de recrutamento para atrair jovens de 18 a 25 anos, que atualmente estão liberados da mobilização, em busca de maneiras de ampliar suas forças de combate, segundo o comandante de batalha recentemente nomeado para o Gabinete da Presidência. Em sua primeira entrevista à imprensa estrangeira desde que assumiu o novo cargo, no final do ano passado, o vice-chefe do Gabinete da Presidência, coronel Pavlo Palisa, disse que a Ucrânia está avaliando novas formas de recrutamento, porque o atual sistema, herdado do período soviético, vem dificultando o progresso. Embora a Ucrânia tenha aprovado uma lei de mobilização no primeiro semestre de 2024, e reduzido a idade de alistamento de 27 para 25 anos, as medidas não tiveram o impacto necessário para restaurar suas fileiras, nem repor as baixas no campo de batalha na guerra contra a Rússia. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Uma das iniciativas é o que Palisa descreveu como “contrato honesto”, um plano que inclui incentivos financeiros, garantias claras de treinamento, e medidas que asseguram o diálogo entre os soldados e seus comandantes. O objetivo do plano é atrair principalmente jovens entre 18 e 25 anos, que atualmente estão liberados da mobilização, e também alcançar ucranianos que tenham direito à dispensa ou que tenham sido dispensados após a aprovação da lei de mobilização. “Proteger o comandante da unidade e o soldado contratado, estabelecer relações francas e profissionais entre eles, e determinar limites claros que sejam compreensíveis para ambosNa minha opinião, isso é essencial para um diálogo eficiente”, disse ele. A iniciativa, que, segundo Palisa, está nos estágios finais, poderia ajudar a responder aos pedidos feitos tanto pelo governo Biden, quanto pelo governo Trump, para que a Ucrânia amplie sua força de combate com a redução da idade de alistamento. Soldados ucranianos em treinamento em Bovington Camp, uma base militar do exército britânico, agitam uma bandeira da Ucrânia, no sudoeste da Inglaterra, em 22 de fevereiro de 2023. Ben Birchall / POOL / AFP O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, vem se opondo veementemente a implementar o alistamento obrigatório a partir dos 18 anos, dizendo que isso afetaria radicalmente as perspectivas futuras do país já combalido pela guerra. “Neste momento, minha perspectiva é de que precisamos iniciar um diálogo aberto com a sociedade, prque a defesa do Estado não é apenas uma responsabilidade das Forças Armadas. É dever de todos os cidadãos ucranianos, e sua obrigação", defende o comandante de batalha. Palisa disse que seu gabinete, em colaboração com os demais ministérios e em especial o Ministério da Defesa, está avaliando por que os esforços de mobilização não foram suficientes: “Na realidade, temos enormes recursos de mobilização. A meu ver, no momento, superiores às necessidades atuais para realizar certas tarefas na linha de frente. Os mecanismos de que dispomos atualmente não nos permitem ser tão eficientes quanto poderíamos". LEIA TAMBÉM: Zelensky pede que negociações de paz com a Rússia incluam a Ucrânia Ucrânia lança mais de 100 drones contra Rússia e força fechamento de aeroportos em Moscou Palisa foi levado diretamente do campo de batalha para o gabinete da presidência, e vê sua nomeação como uma tentativa de lidar com problemas sistêmicos dentro das Forças Armadas. Ele faz parte de uma nova geração de lideranças militares na Ucrânia, e estava estudando na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército dos EUA quando a Rússia lançou sua invasão em grande escala. Ele se formou à distância em meados de 2022, enquanto lutava na linha de frente, e depois comandou a 93ª Brigada “Kholodnyi Yar”, durante a exaustiva batalha de nove meses por Bakhmut. “Esta é uma oportunidade única de levar questões militares urgentes à atenção da alta liderança do país”, disse, acrescentando que pretende retornar ao campo de batalha quando sua missão estiver concluída. A Rússia continua a fazer avanços graduais na região de Donetsk, e alguns analistas apontam que as fragilidades estruturais na cadeia de comando da Ucrânia e a comunicação precária entre as unidades na linha de frente são fatores-chave para a dificuldade que o país enfrenta para defender seu território ao longo dos 1.000 km da linha de frente. Desde o início da invasão em grande escala de Moscou, o exército ucraniano se ampliou significativamente, mas anos de resistência às investidas russas deixaram pouco tempo para gestão estratégica — uma falha que agora ameaça comprometer as chances de sucesso da Ucrânia. Palisa considera que há uma necessidade urgente de reformas para melhorar a coordenação e a eficácia ″(Precisamos) adaptar a estrutura à lógica da guerra moderna, o que nos permitirá ser mais eficazes e evitará que cometamos os mesmos erros repetidamente. É isso que precisa ser feito. Não há outra maneira".

FONTE: https://g1.globo.com/mundo/ucrania-russia/noticia/2025/02/02/ucrania-reformula-recrutamento-para-atrair-soldados-mais-jovens-e-reforcar-suas-tropas.ghtml


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